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RINIYARESU KAIO
Dando continuidade a minha epopeia de me tornar um escritor de fim de semana vo postar algumas histórias minhas. Como algumas são muito grandes vou postá-las aos poucos.
Tb tenho um blog com o Phelipefox:
http://cia-i.blogspot.com

Ladies e gentlemen com vocês Spam Emocional


“Só pode ser algum tipo de spam.”

Enquanto o diretor do setor de finanças desmembrava todos os gastos e ganhos dos últimos meses o sr. Cougar não conseguia se concentrar. Sabia todas aquelas informações de cor, mas seu velho pai sempre lhe dizia que a atenção era a parte mais importante para gerenciar qualquer tipo de negocio. Por isso sempre deixava seus problemas pessoais em casa, mas nessa terça feira chuvosa algo havia chamado sua atenção.

Anthony Cougar, 43 anos. Típico homem de negócios. Graças aos seus esforços a firma fundada por seu pai se tornou uma importante firma de consultoria de engenharia. Casado há doze anos não teve filhos devido a um problema de saúde de sua mulher. O fato de não terem filhos permitiam aos dois ter um estilo de vida mais livre, sem as preocupações que uma criança pequena daria.

Como de costume, ainda na mesa do café, ele gastava meia hora para verificar seus e-mails. E-mails de trabalho, os pessoais ele verificava no fim do expediente ou quando chegava em casa. Normalmente havia ao menos uma dezena de e-mails de fornecedores e funcionários, mas nessa terça feira havia apenas um. Estranhamente o remetente era seu e-mail pessoal. Ele não se lembrava de ter mandado um e-mail para si mesmo. Devia ser uma brincadeira de algum familiar, mas nem sua mulher sabia seu e-mail do trabalho. Devia ser algum spam. Mas se fosse, porque não foi encaminhado para a lixeira junto com anúncios de casas na praia e remédios que aumentariam eu pênis? Percebeu que estava atrasado, mas antes de deletar o estranho e-mail ele repara no titulo dele “Tá na hora de brincar, pequena cópia perfeita.” Por um breve momento ele se lembra. O balanço. O rio. Uma ponta da corda presa no galho do carvalho. O corpo no rio. Seus braços e pernas dobrados em ângulos estranhos. O sangue tingindo a agua limpa do rio. Aquele sangue, os braços e pernas são iguais aos seus. É o seu sangue que tinge o rio. São os seus olhos que fitam o verdadeiro culpado.

―Você está bem, Tony?

O chamado de sua mulher o trás de volta a realidade. A visão daquele longo cabelo loiro o faz esquecer o que estava pensando. O e-mail foi deletado.
Passa a mão sobre a testa e percebe que está suando apesar de estar fazendo frio. Resolve tomar outro banho antes de ir para o escritório. Queria que aquelas memorias fossem deletadas. Mas elas sempre estariam ali, não importando quantos banhos tomasse ou quantos terapeutas visitasse. Haveria sempre o sangue, os fiapos da corda balançando ao vento. Haveria sempre o outro eu.

―Algo a acrescentar, sr. Cougar?

A reunião acabou. Agora todos o fitam esperando mais algumas palavras para darem a reunião por encerrada.

―Se vocês realmente ouviram o que o sr. Johnson disse não há mais nada a dizer. Se levantou, observou a surpresa no rosto de todos e foi embora.
Quando deu por si já estava em seu escritório. No canto norte do ultimo andar da sede da empresa, seu escritório, assim como o prédio de três andares, era simples, mas muito aconchegante. Ladeado por grandes janelas, o prédio era bem iluminado ao contrario

(da cova onde meu outro eu está)

do barracão onde seu pai havia começado a firma há quase 40 anos. Terminada a reunião não teria mais nada de importante para fazer pelo resto do dia, a não ser uma reunião com um fornecedor perto do fim do expediente. Arrastou sua cadeira para perto da janela, ascendeu um cigarro e ficou admirando a paisagem, hoje tomada por prédios, mas, quando inaugurou a nova sede há 10 anos aquele bairro era totalmente vazio. Olha para baixo e vê seu Mercury Cougar preto estacionado. Poderia pagar qualquer um para ter o carro pronto imediatamente, mas o estava montando sozinho em suas folgas. Lembrava-se do pai se vangloriando por ter ganhado um processo na justiça e a Ford seria obrigada a pagar para usar o sobrenome da família. É verdade que foi pouco dinheiro, mas ele sempre ria quando o pai comentava na mesa de jantar ou durante uma reunião de família: “Ei, já falei pra vocês da vez que ganhei um processo em cima do grande Henry Ford II?”

A reunião com o fornecedor foi rápida e, como havia alguns minutos livres, resolveu conferir seus e-mails pessoais no trabalho. Aquilo era só um spam. Quando vê o e-mail no topo da lista ele não acredita no que vê. Se ouvisse falar de algum caso parecido, iria achar que era mentira. Mas as letras gravadas no monitor não deixavam duvidas. O remetente era seu e-mail do trabalho. O titulo estava gravado em seus olhos “É a segunda vez que você me exclui da sua vida. Não faça mais isso, tá?”

O sangue. O pneu descendo a correnteza. O grito e o som de osso quebrando.

O prédio já está vazio. Ninguém pode ouvir seus gritos.
[Luanny]
.....oh GOD o.o
Bawler
Tá difícil ler sem os parágrafos separados. q ri
E tá hilária, porém você engoliu algumas letrinhas etc.
Dragvon
Não sei se é por causa da formatação, mas fiquei meio perdido na leitura.
[Luanny]
Gibe parágrafos
JhowM
não consegui ler a primeira linha
DJ Angel
what
Blodia Vulcan
"nerd'
K3nsh1n_H1mur4

RINIYARESU KAIO wrote:

“Só pode ser algum tipo de spam.”

Enquanto o diretor do setor de finanças desmembrava todos os gastos e ganhos dos últimos meses o sr. Cougar não conseguia se concentrar. Sabia todas aquelas informações de cor, mas seu velho pai sempre lhe dizia que a atenção era a parte mais importante para gerenciar qualquer tipo de negocio. Por isso sempre deixava seus problemas pessoais em casa, mas nessa terça feira chuvosa algo havia chamado sua atenção.

Anthony Cougar, 43 anos. Típico homem de negócios. Graças aos seus esforços a firma fundada por seu pai se tornou uma importante firma de consultoria de engenharia. Casado há doze anos não teve filhos devido a um problema de saúde de sua mulher. O fato de não terem filhos permitiam aos dois ter um estilo de vida mais livre, sem as preocupações que uma criança pequena daria.

Como de costume, ainda na mesa do café, ele gastava meia hora para verificar seus e-mails. E-mails de trabalho, os pessoais ele verificava no fim do expediente ou quando chegava em casa. Normalmente havia ao menos uma dezena de e-mails de fornecedores e funcionários, mas nessa terça feira havia apenas um. Estranhamente o remetente era seu e-mail pessoal. Ele não se lembrava de ter mandado um e-mail para si mesmo. Devia ser uma brincadeira de algum familiar, mas nem sua mulher sabia seu e-mail do trabalho. Devia ser algum spam. Mas se fosse, porque não foi encaminhado para a lixeira junto com anúncios de casas na praia e remédios que aumentariam eu pênis? Percebeu que estava atrasado, mas antes de deletar o estranho e-mail ele repara no titulo dele “Tá na hora de brincar, pequena cópia perfeita.” Por um breve momento ele se lembra. O balanço. O rio. Uma ponta da corda presa no galho do carvalho. O corpo no rio. Seus braços e pernas dobrados em ângulos estranhos. O sangue tingindo a agua limpa do rio. Aquele sangue, os braços e pernas são iguais aos seus. É o seu sangue que tinge o rio. São os seus olhos que fitam o verdadeiro culpado.

¬―Você está bem, Tony?

O chamado de sua mulher o trás de volta a realidade. A visão daquele longo cabelo loiro o faz esquecer o que estava pensando. O e-mail foi deletado.
Passa a mão sobre a testa e percebe que está suando apesar de estar fazendo frio. Resolve tomar outro banho antes de ir para o escritório. Queria que aquelas memorias fossem deletadas. Mas elas sempre estariam ali, não importando quantos banhos tomasse ou quantos terapeutas visitasse. Haveria sempre o sangue, os fiapos da corda balançando ao vento. Haveria sempre o outro eu.

―Algo a acrescentar, sr. Cougar?

A reunião acabou. Agora todos o fitam esperando mais algumas palavras para darem a reunião por encerrada.

―Se vocês realmente ouviram o que o sr. Johnson disse não há mais nada a dizer. Se levantou, observou a surpresa no rosto de todos e foi embora.

Quando deu por si já estava em seu escritório. No canto norte do ultimo andar da sede da empresa, seu escritório, assim como o prédio de três andares, era simples, mas muito aconchegante. Ladeado por grandes janelas, o prédio era bem iluminado ao contrario (da cova onde meu outro eu está) do barracão onde seu pai havia começado a firma há quase 40 anos. Terminada a reunião não teria mais nada de importante para fazer pelo resto do dia, a não ser uma reunião com um fornecedor perto do fim do expediente. Arrastou sua cadeira para perto da janela, ascendeu um cigarro e ficou admirando a paisagem, hoje tomada por prédios, mas, quando inaugurou a nova sede há 10 anos aquele bairro era totalmente vazio. Olha para baixo e vê seu Mercury Cougar preto estacionado. Poderia pagar qualquer um para ter o carro pronto imediatamente, mas o estava montando sozinho em suas folgas. Lembrava-se do pai se vangloriando por ter ganhado um processo na justiça e a Ford seria obrigada a pagar para usar o sobrenome da família. É verdade que foi pouco dinheiro, mas ele sempre ria quando o pai comentava na mesa de jantar ou durante uma reunião de família: “Ei, já falei pra vocês da vez que ganhei um processo em cima do grande Henry Ford II?”

A reunião com o fornecedor foi rápida e, como havia alguns minutos livres, resolveu conferir seus e-mails pessoais no trabalho. Aquilo era só um spam. Quando vê o e-mail no topo da lista ele não acredita no que vê. Se ouvisse falar de algum caso parecido, iria achar que era mentira. Mas as letras gravadas no monitor não deixavam duvidas. O remetente era seu e-mail do trabalho. O titulo estava gravado em seus olhos “É a segunda vez que você me exclui da sua vida. Não faça mais isso, tá?”

O sangue. O pneu descendo a correnteza. O grito e o som de osso quebrando.

O prédio já está vazio. Ninguém pode ouvir seus gritos.
^ Parágrafos

Interessante, pena que é um tema que foi brilhantemente usado por um dos autores mais fodas da atualidade.



Mas tente abordar outro tema, quem sabe. E "ascender" =/= "acender".
lSolar_old
amei a histolia
Bittersweet
A Metade Negra <3
Hamuko
Parei de ler em "tb"
GojiroBR
Bela propaganda.
Topic Starter
RINIYARESU KAIO

k3nsh1n_H1mur4 wrote:

RINIYARESU KAIO wrote:

“Só pode ser algum tipo de spam.”

Enquanto o diretor do setor de finanças desmembrava todos os gastos e ganhos dos últimos meses o sr. Cougar não conseguia se concentrar. Sabia todas aquelas informações de cor, mas seu velho pai sempre lhe dizia que a atenção era a parte mais importante para gerenciar qualquer tipo de negocio. Por isso sempre deixava seus problemas pessoais em casa, mas nessa terça feira chuvosa algo havia chamado sua atenção.

Anthony Cougar, 43 anos. Típico homem de negócios. Graças aos seus esforços a firma fundada por seu pai se tornou uma importante firma de consultoria de engenharia. Casado há doze anos não teve filhos devido a um problema de saúde de sua mulher. O fato de não terem filhos permitiam aos dois ter um estilo de vida mais livre, sem as preocupações que uma criança pequena daria.

Como de costume, ainda na mesa do café, ele gastava meia hora para verificar seus e-mails. E-mails de trabalho, os pessoais ele verificava no fim do expediente ou quando chegava em casa. Normalmente havia ao menos uma dezena de e-mails de fornecedores e funcionários, mas nessa terça feira havia apenas um. Estranhamente o remetente era seu e-mail pessoal. Ele não se lembrava de ter mandado um e-mail para si mesmo. Devia ser uma brincadeira de algum familiar, mas nem sua mulher sabia seu e-mail do trabalho. Devia ser algum spam. Mas se fosse, porque não foi encaminhado para a lixeira junto com anúncios de casas na praia e remédios que aumentariam eu pênis? Percebeu que estava atrasado, mas antes de deletar o estranho e-mail ele repara no titulo dele “Tá na hora de brincar, pequena cópia perfeita.” Por um breve momento ele se lembra. O balanço. O rio. Uma ponta da corda presa no galho do carvalho. O corpo no rio. Seus braços e pernas dobrados em ângulos estranhos. O sangue tingindo a agua limpa do rio. Aquele sangue, os braços e pernas são iguais aos seus. É o seu sangue que tinge o rio. São os seus olhos que fitam o verdadeiro culpado.

¬―Você está bem, Tony?

O chamado de sua mulher o trás de volta a realidade. A visão daquele longo cabelo loiro o faz esquecer o que estava pensando. O e-mail foi deletado.
Passa a mão sobre a testa e percebe que está suando apesar de estar fazendo frio. Resolve tomar outro banho antes de ir para o escritório. Queria que aquelas memorias fossem deletadas. Mas elas sempre estariam ali, não importando quantos banhos tomasse ou quantos terapeutas visitasse. Haveria sempre o sangue, os fiapos da corda balançando ao vento. Haveria sempre o outro eu.

―Algo a acrescentar, sr. Cougar?

A reunião acabou. Agora todos o fitam esperando mais algumas palavras para darem a reunião por encerrada.

―Se vocês realmente ouviram o que o sr. Johnson disse não há mais nada a dizer. Se levantou, observou a surpresa no rosto de todos e foi embora.

Quando deu por si já estava em seu escritório. No canto norte do ultimo andar da sede da empresa, seu escritório, assim como o prédio de três andares, era simples, mas muito aconchegante. Ladeado por grandes janelas, o prédio era bem iluminado ao contrario (da cova onde meu outro eu está) do barracão onde seu pai havia começado a firma há quase 40 anos. Terminada a reunião não teria mais nada de importante para fazer pelo resto do dia, a não ser uma reunião com um fornecedor perto do fim do expediente. Arrastou sua cadeira para perto da janela, ascendeu um cigarro e ficou admirando a paisagem, hoje tomada por prédios, mas, quando inaugurou a nova sede há 10 anos aquele bairro era totalmente vazio. Olha para baixo e vê seu Mercury Cougar preto estacionado. Poderia pagar qualquer um para ter o carro pronto imediatamente, mas o estava montando sozinho em suas folgas. Lembrava-se do pai se vangloriando por ter ganhado um processo na justiça e a Ford seria obrigada a pagar para usar o sobrenome da família. É verdade que foi pouco dinheiro, mas ele sempre ria quando o pai comentava na mesa de jantar ou durante uma reunião de família: “Ei, já falei pra vocês da vez que ganhei um processo em cima do grande Henry Ford II?”

A reunião com o fornecedor foi rápida e, como havia alguns minutos livres, resolveu conferir seus e-mails pessoais no trabalho. Aquilo era só um spam. Quando vê o e-mail no topo da lista ele não acredita no que vê. Se ouvisse falar de algum caso parecido, iria achar que era mentira. Mas as letras gravadas no monitor não deixavam duvidas. O remetente era seu e-mail do trabalho. O titulo estava gravado em seus olhos “É a segunda vez que você me exclui da sua vida. Não faça mais isso, tá?”

O sangue. O pneu descendo a correnteza. O grito e o som de osso quebrando.

O prédio já está vazio. Ninguém pode ouvir seus gritos.
^ Parágrafos

Interessante, pena que é um tema que foi brilhantemente usado por um dos autores mais fodas da atualidade.



Mas tente abordar outro tema, quem sabe. E "ascender" =/= "acender".
Já tinha ouvida falar desse livro em algum lugar. Ele é bom?
A história não acaba ai. Na proxima vou separar os paragrafos.
O que você acha de uma história sobre uma nação latino amaricana que é usada pela Alemanha nazista como campo de prova para a criação de super soldados?
Bittersweet
O livro é ótimo. Só o nome do King já é pré-recomendação, na minha opinião.

Mas sobre o tópico, eu não acho que tenha gente realmente interessada nisso aqui, e mesmo que tenha, acho que você podia arrumar um jeito melhor que as paredes de texto. Como fazer um blog pra você mesmo e upar os "capitulos" ou títulos lá, e postar no primeiro post os links pros capitulos> Assim fica melhor organizado e facilita pra todo mundo, seja quem quer ler ou quem nao quer.
[Luanny]
Ah, eu ao menos me interessei, hm.
É algum conteúdo pra esse fórum ;D
Topic Starter
RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #2

Era seu quinto cigarro do dia. Nunca teve vontade desenfreada em fumar. Uma cartela de cigarro chegava há durar um mês em seu bolso sem nem ao menos ser aberta. Mas agora, sentado no banco do motorista de seu Mercury sentia um prazer imensurável ao tragar aquela fumaça toxica. Como se a fumaça invadindo seus pulmões expulsasse o

(sangue e água dos pulmões)

que havia visto.

Joga a bituca do cigarro pela janela. Agora está mais calmo. Começa a manobrar o carro para sair do estacionamento já deserto. Rodridez, o porteiro, já foi embora por isso tem que abrir o portão. Chegaria em casa em 15 minutos. 10 se não se preocupasse com semáforos e limites de velocidade.

Acende outro cigarro enquanto os largos pneus traseiros deixam faixas negras no chão. As ruas daquele bairro comercial eram desertas há essa hora, poderia testar do que o carro era capaz. Dobra a esquerda no fim da rua e toma um atalho. Chegaria em casa mais cedo. Alice estaria lá para reconforta-lo. A fumaça do cigarro bate em seus olhos. “Droga, sabia que não devia fumar dirigindo.” No segundo em que seus olhos estão fechados ele sente a batida. O inconfundível som de metais se chocando e de algo caindo no cascalho da viela. Para imediatamente e vê uma bicicleta azul caída no chão com seu quadro deformado e os aros apontando para o céu. Sai do carro ofegante e vai até os destroços. Não vê sangue nem um corpo. “Deve ser uma bicicleta abandonada.”

Por um momento perdera o controle. Não podia deixar que um simples e-mail o atormentasse. De volta ao carro percebe que não adianta fugir das lembranças que aquela maldita mensagem trazia. Devia confronta-las.

Da a partida e sai jogando cascalhos nos destroços da bicicleta. Ele não percebe que ela é exatamente igual a aquela na qual costumava andar quando pequeno. Se tivesse a observado mais atentamente poderia ver as iniciais AC e FC gravadas no guidão.

Essa parte está mais curta que a outra pq vou fazer as postagens de acordos com as divisões que eu fiz no texto.
DJ Angel
O veiculo de comunicação de duas rodas era na verdade era do deus Artifical Criança que fez Full Combo em vários mapas do Tártaro, mercury morreu de cancro do pulmão logo de seguida
GojiroBR
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RageTH
"vida longa e prospera"
-Severus Snape, "The Lord of The Rings" - 2001
Hamuko
"I like Zelda, he is my favourite pokémon in Final Fantasy IV"
- Mario
phelipefox

Teta wrote:

"I like Zelda, he is my favourite pokémon in Final Fantasy IV"
- Mario
:?: :?: :?: What??? como isto é possível?!?
Topic Starter
RINIYARESU KAIO

phelipefox wrote:

Teta wrote:

"I like Zelda, he is my favourite pokémon in Final Fantasy IV"
- Mario
:?: :?: :?: What??? como isto é possível?!?
Em um universo paralelo talvez... kkkkkkkkkkkk
Arcmera
Não desviem o tópico com frases aleatórias e/ou textos em latim, estou gostando da história.
JhowM

DJ Angel wrote:

O veiculo de comunicação de duas rodas era na verdade era do deus Artifical Criança que fez Full Combo em vários mapas do Tártaro, mercury morreu de cancro do pulmão logo de seguida
wwwwwwwat

also oq é latim
Bittersweet
Por isso eu dei a sugestão que dei~ E o texto em latim é um blablabla, não significa nada. Se quer saber mais googleia "Lorem ipsum"
GojiroBR
Uau, não diga que não tem significado.
Está tratando Os extremos do Bem e do Mal e Sobre a natureza dos Deuses como uma coisa qualquer...

Não é só porque um trecho se tornou um pangrama que vai passar a não significar nada.
É uma literatura ainda, está dentro do tema sugerido.
Topic Starter
RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #3


Alice dormia no quarto. Sentado na poltrona surrada de couro tem a sua frente um copo de uísque e gelo e um cinzeiro já cheio. Do mesmo modo que Alice tinha um estúdio no jardim ele havia transformado o porão da casa em uma sala de estar à prova de som. Assim ele não incomodaria ninguém nem seria incomodado. Mas agora aquela sala, antes tomada por musicas de rock e as risadas bêbadas de jogadores de pôquer, estava tomada pelo silêncio. A grande televisão presa à parede era como uma mancha negra no meio do branco do quarto. Percebe que seus cigarros acabaram. Sua mente finalmente está lucida e ele consegue pensar nos fatídicos acontecimentos dessa terça-feira.

“Só pode ser algum tipo de maníaco. Já encontrei esses tipos antes. Não sei como ele conseguiu meus e-mails. Não consegui rastrear o IP do cretino. Não faço a menor ideia de como esse merda consegui minhas senhas.”

Lembra-se da vez que teve que desembolsar alguns milhares de dólares para fazer alguns hackers “esquecerem” algumas fotos antigas da sua mulher.
“Não é tão absurdo pensar que ele está blefando. Aquele dia foi noticiado por todos os jornais. Li uma dessas manchetes quando estava no hospital: ‘Filho de importante empresário da região morre durante brincadeira no fim da tarde’. Não tenho certeza, mas deve ter saído alguma notícia que seu irmão gêmeo passou por tratamento psiquiátrico. Qualquer imbecil poderia juntar os fatos e pronto: ameaça instantânea. Ele só estava blefando. Ninguém sabe o que realmente aconteceu.”

Era uma brincadeira. HAHA. Todo mundo iria rir. Seu irmão havia batido nele por andar mentindo. Que tipo de homem ele seria se não se vingasse? HAHA. Todo mundo vai rir. Ele substitui a corda do balanço. HAHAHA. Seu irmão iria cair de bunda no chão ao tentar subir no velho pneu faixa branca. HAHA. Mas a corda presa no velho carvalho não arrebenta e ele começa a se balançar. Para frente, para trás. Ele tenta segurar o riso. A corda arrebenta e seu irmão faz uma parábola em direção ao barranco da beira do rio. Era uma brincadeira. O grito e o som de osso quebrando. HAHA. Todo mundo riu. O sangue fluindo pelo corte na cabeça. HAHA...

O gosto salgado em sua boca o faz perceber que está chorando. O silêncio foi quebrado. Sua risada ecoa nas paredes e chega aos seus ouvidos como um som grave e doentio. A casa continua em silêncio. A loucura está presa entre as pareces brancas. A loucura quer sair.

Acessem http://cia-i.blogspot.com e vejam outras histórias, inutilidades e outras coisitas mais.
DJ Angel
cara cade coerencia
Mismagius
Li umas partes. Bem interessante. Espero que seja continuado.
- Ene

DJ Angel wrote:

O veiculo de comunicação de duas rodas era na verdade era do deus Artifical Criança que fez Full Combo em vários mapas do Tártaro, mercury morreu de cancro do pulmão logo de seguida
aloc, inb4 historia legal mas preguiça de ler tudo =(
Topic Starter
RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #4


―Tem certeza que está tudo bem você ir para a firma assim? Não quer esperar mais alguns dias?

Tinha a sua frente um prato raso com bacon e ovos. Sentada a sua frente, sua mulher continuava a falar como se preocupava com ele e continuava a perguntar se estava bem. Ele simplesmente não ouvia o que sua mulher dizia. Em sua boca um cigarro pela metade. Antes disso nunca havia fumado durante as refeições. Antes disso só fumava quando não tinha nada para fazer e depois de transar. Sempre achou cômica a imagem dele fumando enquanto sua mulher limpava o esperma das coxas. Como nos filmes antigos.

Mas agora fumava porque precisava.

Se houvesse algum espelho na sala de jantar poderia ver o mesmo que os olhos azuis de Alice fitavam. Um rosto vazio com a barba por fazer, um sorriso já amarelado pelo uso constante dos cigarros e um estupido corte abaixo do olho direito. Estava debaixo do carro quando a chave que estava usando para soltar um parafuso espanado escapou e acabou rasgando a carne de seu rosto. Não foi um corte grande, mas achou melhor ir ao hospital por precaução. Levou dois pontos. Provavelmente não ficaria cicatriz.

(teve sorte de alguma pedra não acertar seu olho, poderia ficar cego. Ao invés disso, ficou com um pequeno sorriso abaixo do olho esquerdo)

De tudo isso restou apenas uma foto tirada por Alice na saída do hospital. Ele se sentiu um idiota ao tirar a foto e se sente um idiota toda vez que a vê na mesa de centro da sala de estar. Parecia a foto de um soldado que havia curado suas feridas e pronto para continuar matando pelo seu país.

Nada disso importava. Aparentemente o maníaco o estava seguindo. Quando chegou do hospital recebeu outro e-mail: “Agora que somos iguais novamente você teria coragem de fazer aquilo de novo?” não importava que configuração ele usasse, esses estranhos e-mails nunca eram mandados para a lixeira.

“Esse maníaco não é só um bostinha. Ele sabe o que tá fazendo. Ele deve ter feito uma longa pesquisa para saber que meu irmão tinha uma cicatriz abaixo do olho esquerdo. Como ele podia saber disso?”

―... você mesmo fala que o conselho está procurando um motivo para te desligar da empresa.

Isso é verdade. Nos dias de hoje seria impossível manter uma firma dessas proporções sem capital externo. Logico que ele era o maior acionista, mas a politica da firma permitia que ele fosse desligado das funções na diretoria. Isso não afetaria suas ações, mas sentia que devia manter o único Cougar ativo na empresa. Devia isso a seu pai.

― Eu sei. Por isso mesmo eu tenho que ir. Isso é uma coisa estupida que eu chamo de orgulho masculino.

― Agora você parece o homem com quem me casei. Ah, já ia me esquecendo – entrega uma notificação em suas mãos – parece que a fazenda dos seus pais foi liberada do período de quarentena.

Ficou realmente surpreso. Seu pai, homem pratico e racional, havia recusado vender a fazenda para o governo após o acidente na usina nuclear da região. Isso foi há 29 anos. Dificilmente conseguiria vender a fazenda por um bom preço. Pelo jeito aquelas terras radioativas continuariam na família Cougar.

Sua mulher tinha razão. Durante uma reunião que durou 5 minutos havia sido destituído da sua função no conselho administrativo. Sabia que quando eles tivessem problemas voltariam como o rabo entre as pernas pedindo ajuda. Iria deixar as coisas como estavam no momento. Enquanto esvaziava sua mesa jogou fora a bituca do quinto ou sexto cigarro do dia.

“Se tiver um pouco de sorte talvez eu morra de câncer antes de ficar louco. Vou ser enterrado com um terno branco com os braços

(e pernas dobradas em ângulos estranhos)

cruzados e os dedos do meio levantados.”

Começa a rir, mas a tosse áspera logo vem lembrar que o câncer está realmente perto. Mas a loucura está ao seu lado.
Arcmera

RINIYARESU KAIO wrote:

Sempre achou cômica a imagem dele fumando enquanto sua mulher limpava o esperma das coxas. Como nos filmes antigos.
Hamuko
MarcusTH caiu no meu conceito, não usou o link original do This guy.
AKA Fao
[Luanny]
To começando a me perder um pouquinho na história.. tá meio confuso mas tá bem legal
Topic Starter
RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #5


Passaram-se poucos minutos do meio dia quando ele estacionou seu Mercury na garagem de casa. Na caixa ao seu lado alguns retratos e papeis que ele julgou importantes. Limparia o resto da sala na segunda feira. A garagem, sempre tão limpa e organizada como um hospital estava com uma camada de poeira sobre tudo, já que ele não havia ao menos entrado nela desde o incidente com a chave. No local onde aconteceu era possível ver gotas do seu sangue no chão de madeira. Inconscientemente toca os pontos abaixo do olho. Seu sangue

(fluindo pelo corte na cabeça... tingindo a água limpa do rio)

pequenos pontos vermelhos no chão cor de terra.

Olha para o outro extremo da grande garagem e vê a vaga vazia do Beetle amarelo de Alice. Nunca andaria naquela coisa. Quando saiam juntos usavam seu Mercury ou a velha RS2 Avant azul guardada junto do Beetle. Aquele monte de aço amarelo não lembrava em nada seu velho Bug preto fosco, companheiro de tantas saideiras durante a faculdade. Talvez, quando estivesse passando pela crise da meia idade e estivesse procurando incansavelmente a juventude perdida, comprasse um Beetle igual da esposa. Mas agora não.

Atravessa de maneira automática o gramado e toda a casa e vai direto ao bar do lado da cozinha. Acende um cigarro enquanto prepara um coquetel com saquê que vira na internet. Começaria a aproveitar essas férias forçadas de porre.

Estar sozinho na grande cozinha o deixa um pouco deprimido. O silencio pesado do local o faz pensar como se ninguém nunca mais fosse entrar ou sair por aquelas portas. É tirado de seu devaneio pela campainha ritmada do telefone. É Alice.

― Oi, Tony. O que você está fazendo em casa a essa hora?

― Você tinha razão. Fui chutado. E agora estou tomando um porre enquanto tento aproveitar minha nova vida de rico esnobe.

― Bom pra você. Enquanto isso, a plebeia aqui tem que trabalhar para garantir o pão de amanhã.

― Sabe – imita a voz de um cafetão de um seriado de TV – em troca de alguns favores sexuais eu poderia melhorar a sua situação financeira.

― Vou pensar – ouve risadas do outro lado da linha – Só liguei para avisar que vou ficar até mais tarde na galeria. Talvez chegue depois das onze.

Depois de mais alguns minutos de conversa trivial se despedem e a casa mergulha novamente no mais completo silêncio, só quebrado pelo barulho das bebidas sendo misturadas e pela tosse seca cada vez mais frequente. De certa forma está calmo, mas pode sentir a loucura crescente se esgueirando e preenchendo cada canto da casa enquanto o saquê desce queimando sua garganta e deixa um gosto amargo em sua boca.
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RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #6


Está sentado na poltrona de couro surrado na sua sala a prova de som. Na sua frente, além da bebida e do cinzeiro habituais, há vários álbuns de fotos espalhados pela mesa de centro e pelo chão. Enquanto o resto do mundo usa suas câmeras digitais Alice ainda era fiel ao filme. Ela revela as fotos no quarto escuro do seu estúdio. Estão lá os registros das ultimas viagens e festas. O gelo do copo já começa a derreter. “Alice realmente está demorando.”
Na parede ao lado da escada o sistema de som toca alguns acordes destorcidos. “Marilyn Manson, suponho.” Conforme o tempo passa as lembranças ficam mais velhas. Os primeiros anos de casamentos, a lua de mel na Alemanha, as farras da época de solteiro, os anos da faculdade, as festas do colégio, os jantares e reuniões familiares, as brincadeiras de criança, o balanço

(descreve uma parábola em direção ao barranco)

na ponta do velho carvalho.

Sempre que possível seu pai arrumava as pessoas para tirar uma foto seguindo algum padrão: altura, idade, parentesco, etc., enquanto sua mãe costumava escrever os nomes das pessoas no verso das fotos. Entre todas as fotos uma chama sua atenção: formando uma estupida pirâmide etária uma foto dele com os irmãos durante uma reunião de família. Eram cinco irmãos: Ele e Fred por serem os caçulas estavam nas pontas da pirâmide, Frank estava ao seu lado, Bety do lado do Fred e no centro o Will. Apesar dele e Fred serem gêmeos idênticos, uma pequena cicatriz abaixo do olho esquerdo de Fred tornava fácil à diferenciação. Essa cicatriz foi causada por um acidente de bicicleta poucas semanas antes da foto ser tirada. Vira a foto apenas para ver a bela e curvada caligrafia de sua mãe. “Da esquerda para direita. Meus amores: Frederick, Frank, William, Roberta e Anthony.”

Seu cérebro leva um segundo para perceber que algo está errado. Olha novamente a foto. Ao lado da irmã, que estava usando um vestido rosa e botas marrons, está aquela figura pequena usando camisa branca e shorts azuis. No rosto uma cicatriz imitando um sorriso que uma criança dá ao ser pega aprontando. Era Fred Cougar.

“Teria ela se engando? Eu, às vezes, fingia que era Fred e vice versa. Mas depois do acidente isso era impossível.” Respira profundamente. “É isso. A foto foi tirada de longe e o dia está meio escuro. Isso que eu acho que é uma cicatriz por ser só uma sombra. A cicatriz dele era pequena, logicamente não é possível vê-la em uma foto tão antiga.”

Mesmo a logica falando que se trata de algum engano seu desconforto aumenta cada vez mais conforme vê aquele pequeno garoto com uma cicatriz no rosto ser chamado por seu nome, Anthony, em cada vez mais fotos. Começa a falar sozinho, como que querendo convencer a sala que aquilo é um engano, e percebe que sua voz está pastosa. Estaria ele bêbado a ponto de imaginar uma cicatriz no seu rosto de 36 anos atrás?

“This isn’t me I’m not mechanical
I’m just a boy playing the Suicide King…”

Finalmente encontra aquilo que vai provar que tudo está bem. O álbum do período da sua internação no hospital psiquiátrico.

Era um prédio branco muito grande. O belo estilo barroco do prédio quase desviava a atenção das grossas barras de metal nas janelas e do cheiro de urina, sangue, fezes e carne queimada pelos corredores. Ao menos seu pai havia pagado o suficiente para que ele pudesse ficar na ala “humana” do hospital. Lá as grades eram mais finas e o cheiro podre era ofuscado pelo uso maciço de desinfetante.

Logo provaria que todas as outras fotos estavam erradas. Anthony Cougar nunca teve uma maldita cicatriz no rosto. Ali está. Já calmo pelo uso forçado de remédios os médicos tiraram uma foto para mostrarem os progressos no tratamento. O lençol branco puxado até o pescoço cobria as correntes em seus braços e pernas.

Está perdendo o controle de novo. Na foto, um garoto com olhar vago rodeado por enfermeiras. Ela está lá. Abaixo do seu olho esquerdo, com seus cantos repuxados, a cicatriz está sorrindo para ele. Está rindo dele.

Seus gritos são abafados pelas palavras saídas do sistema de som.

“Playing the Suicide King...”

Mesmo que Alice estivesse em casa ela não ouviria o pedido desesperado de seu marido por socorro. Ouviria apenas o silencio habitual da noite.

“Calma! Simplesmente eu estou bêbado e estou vendo coisas. Quando Alice chegar nós vamos transar. Vou fumar enrolado nas cobertas enquanto ela limpa o gozo das coxas. Amanhã quando estiver sóbrio vou ver que as fotos estão normais e eu não tenho nenhuma cicatriz no rosto.”

Está alimentando essa esperança quando o telefone toca.

― Sr. Cougar?

― Sim. Quem fala?

― Aqui é o delegado James. Sinto dizer, mas sua mulher sofreu um acidente de carro e morreu no local.

Ele derruba o telefone. A sua mentira já está desmoronando.
DJ Angel
esse cara deve ter fetiche por gozo nas coxas ein

edit: sem gozo nas coxas para vc hoje
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RINIYARESU KAIO

DJ Angel wrote:

esse cara deve ter fetiche por gozo nas coxas ein

edit: sem gozo nas coxas para vc hoje
Apesar do que possa parecer sou bem normal (eu acho...)
Como eu sempre digo: mesmo que a loucura não existisse ainda seriamos loucos.
DJ Angel
loucura é relativa e depende do ponto de vista, talvez todos estejam loucos e eu são ou vice-versa
fabriciorby
oie q historia bacana
GojiroBR
Estava escrevendo uma muralha de texto sobre a loucura, mas não era legal.
Os demais contos foram melhores que o primeiro.

Sinto que em todos os seus textos, eles terminam do mesmo jeito... isto não é nada legal.
Além do seu fetiche por esperma e pleonasmo; isto não é uma epopeia.
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RINIYARESU KAIO

DJ Angel wrote:

loucura é relativa e depende do ponto de vista, talvez todos estejam loucos e eu são ou vice-versa
Fato
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RINIYARESU KAIO

GojiroBR wrote:

Estava escrevendo uma muralha de texto sobre a loucura, mas não era legal.
Os demais contos foram melhores que o primeiro.

Sinto que em todos os seus textos, eles terminam do mesmo jeito... isto não é nada legal.
Além do seu fetiche por esperma e pleonasmo; isto não é uma epopeia.
A história tá chegando perto do apice, mas realmente, como você disse tenho uma certa atração por tragédia.
Não esperava que isso se tornasse uma epopeia, mas talvez, invariavelmente a vida de cada um de nós seja uma epopeia esperando para ser aplaudida.
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RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #7


A chuva que cai lava a cova recém-aberta. Homens e mulheres de preto se reúnem para a ultima homenagem para Alice Taylor Cougar. Parentes, clientes da galeria e conhecidos começam a se dispersar quando as primeiras pás de terra são jogadas sobre o vistoso caixão de mogno. Agora que todos foram embora, ele observa o trabalho dos coveiros em tampar aquela ferida aberta no meio do gramado da ala sul do cemitério municipal. Ele não se importa com a chuva lavando seu rosto e seus pontos abaixo do olho.

Começa a caminhar para o estacionamento. Não há mais nada para ver. O corpo destroçado de sua mulher jaz embaixo da lama agora. A logica lhe diz que foi apenas uma fatalidade, mas ele sabe que não. “Foi esse maldito. A pericia encontrou estranhos cortes nas tubulações do óleo de freio e direção hidráulica que não pareciam ser decorrentes do impacto do carro contra a encosta.” As lagrimas saem dos seus olhos e se confundem com a chuva que cai. “Devia chamar a policia. Mas não tenho provas. Os remetentes desses malditos e-mails são meus e-mails pessoal e profissional. O hacker que eu paguei não conseguiu descobrir o IP do cretino. Sei que a policia me considera suspeito. O que tiver que fazer, vou ter que fazer sozinho.”

Se estivesse calmo pensaria de outra forma. Mas a logica não é mais importante. Isso é uma guerra. E guerras são criadas e ganhas pela loucura.
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RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #8


A chuva ainda cai enquanto ele chora copiosamente em um canto da sua sala à prova de som. Não há problemas em um homem perder as esperanças e desabar, desde que ninguém esteja vendo. A única pessoa que o lembrava de que fora daquele jogo doentio havia um mundo feliz, agora estava morta. Destroçada, sua esposa o havia deixado sozinho. Não. Aonde quer que esteja o maníaco estava o observando, pronto para o próximo movimento nesse tabuleiro torto e gastos onde as peças estavam espalhadas.

Se senta na sua velha poltrona e começa o ritual de beber e fumar novamente. Teria que esperar o próximo movimento do seu oponente se quisesse realmente acabar com isso. Enquanto acende um cigarro seu notebook, em cima da mesa de centro, emite um bip. Havia recebido um e-mail. Alias dois.

O fato de seu próprio e-mail pessoal ser o remetente não o incomodava mais. Ficou surpreso por estar olhando para um possível final dos acontecimentos que começaram naquela manhã chuvosa de terça. Que tal irmos brincar no meu balanço favorito dia 25? Aquela pergunta infantil significava que em três dias tudo poderia acabar. “Finalmente esse merda vai sair do buraco sujo onde se esconde e me falar o seu preço. Em três dias vou voltar a ter uma vida normal de novo.”

Passa os olhos pelo titulo do segundo e-mail enquanto toma um gole de uísque e acende outro cigarro. Você choraria por alguém capaz de fazer isso? Tragando e soltando a fumaça de maneira preguiçosa ele pensa no significado daquela frase. “Aposto que ele espera que eu fique surpreso com isso. Devem ser fotos da época que Alice era uma prostituta. Isso poderia ser um choque para os nossos amigos, mas me casei sabendo da antiga vida dela. Mas realmente estou curioso para saber como ele as conseguiu.”

Um bocejo cortado pela tosse o faz perceber que está com sono. Aperta o botão para desligar o notebook, mas nada acontece. A seta do mouse começa a se mexer. “Tomou o controle do meu notebook. Pois bem, me mostre logo o que você quer.” Com um clique o segundo e-mail é aberto. Ao invés das fotos da sua mulher há apenas um arquivo anexado. Um vídeo de cinco minutos.

Depois de alguns segundos de estática era possível ver um homem entrando no foco da câmera, como se tivesse acabado de liga-la. De repente, provavelmente colocada na edição do vídeo, começa a tocar Police Truck do Dead Kennedys. O homem para no meio da sala, olha para a direita e volta para a câmera. É possível vê-lo mudando a direção da câmera. O novo foco da câmera mostra alguns cavaletes, uma porta branca aberta para um quarto escuro e grandes janelas com vista para um jardim. “É o estúdio da Alice.” Mais alguns segundos de estática e o verdadeiro show começa. Embalados pela voz de Jello Biafra, sua mulher e um homem estão entrelaçados numa apresentação doentia de bondage. Tony já praticara bondage com sua mulher algumas vezes, mas sempre teve medo de machuca-la de verdade. Mas lá estavam, imortalizadas em uma câmera, as imagens de sua mulher se derretendo em orgasmos enquanto apanhava de um desconhecido. A musica termina e começa novamente.

“Uma puta...”

Os gemidos aumentam à medida que aquele homem explora aquele corpo esbelto e branco que Tony achou pertencer a ele.

“Ela era uma puta quando nos conhecemos...”

Os gemidos são encobertos pela musica.

“... ela não podia ter filhos por causa de um aborto mal feito. Eu a amava. Eu fiz de tudo para ela ter uma vida normal...”

Seus longos cabelos loiros sobre a mesa fria no centro do estúdio. O homem esbarra em um dos cavaletes derrubando tinta pelo chão.

“... e ainda assim ela era uma puta suja!”

Agora acabou. Os gemidos da mulher e os acordes finais da musica se tornam agudos e destorcidos. O mesmo som é repetido cinco vezes.

O grito. O som de osso quebrando.

Seu grito ecoa nas paredes brancas do aposento. Aos seus pés, os destroços do notebook. A musica parou, mas continua ecoando em seus ouvidos. O grito e o som de osso quebrando.
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RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #9


Já passa da meia-noite. Só faltam dois dias para o inicio do resto de sua vida. Ele não pode contar com ninguém. Seus pais estão mortos e devido a discussões sobre a administração da firma não tem um relacionamento amigável com o ultimo dos seus irmãos. Aquela com a qual havia passado os últimos anos de sua vida estava sendo comida por vermes agora. “Até imagino o motivo do atraso na galeria. Se a policia examinasse sua virilha destruída aposto que achariam esperma de algum cliente ou ajudante. No final ela não passava de uma puta que encontrei durante uma viagem. Isso não importa mais.”

Ela o traiu. O conselho administrativo o traiu. Seu irmão adoraria vê-lo se perder no seu próprio desespero. Todos lhe deram as costas. Ele não pode culpa-los. Se pudesse também daria as costas para aquela figura decadente encolhida junto dos destroços de um notebook.

Gostaria de desistir de tudo, mas alguma coisa o impede. Entre uma serie de pensamentos acaba se lembrando d’O Iluminado. Já dominado pela loucura, Jack Torrance repete varias vezes coisas como “Venha e tome seu remédio como homem, seu cretino” e “Juro por tudo que vou fazer esse merdinha tomar o seu remédio” enquanto seu taco de roque assobiava pelos corredores escuros no meio das montanhas.

“Eles me traíram. Ele está brincando comigo. Que tipo de homem eu seria se não me vingasse?”

Se levanta e vai até um dos armários perto da televisão.

“Não tenho um bastão de roque, mas também tenho um jeito de obriga-lo a tomar seu remédio.”

Pega seu velho revolver Winchester e analisa sua empunhadura.

“Afinal que tipo de homem eu seria se não pagasse na mesma moeda?”

Já se fez essa pergunta a muitos anos. Talvez encontre finalmente a resposta.

“A matriarca Winchester era atormentada pelos espíritos das pessoas mortas por suas armas e mandou construir uma mansão com portas e escadas falsas, quartos invertidos e outras armadilhas para afugentar os fantasmas. Não preciso me preocupar com os mortos, no momento meu problema é um cretino que, tenho certeza, está vivo.”

Mira no aparelho de som e atira. O som grave ecoa pelas paredes. A casa permanece em silencio.

“Pelo menos por enquanto.”
Arcmera

RINIYARESU KAIO wrote:

“Não tenho um bastão de roque, mas também tenho um jeito de obriga-lo a tomar seu remédio.”
Essa frase fez meu dia.
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RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #10


Os quatro faróis rasgam a noite e o motor urra quebrando o silencio enquanto os largos pneus esmagam as folhas espalhadas pelo asfalto negro. Em sua boca o terceiro cigarro do dia e no porta-luvas seu revolver esperando para ser usado. “Quero chegar cedo para poder fazer uma grande recepção para ele.”

A pista de mão única é ladeada por arvores secas pela aproximação do inverno. “Quando tudo acabar vou passar uma temporada na Florida. Foda-se a empresa. De qualquer jeito continuo dono dela. Não preciso mais trabalhar. De agora em diante vou levar uma vida de rico esnobe.”

Os pensamentos sobre o futuro e a musica saindo dos alto falantes não conseguem afastar de sua cabeça uma ideia que o incomodava. É uma ideia idiota, mas ainda assim ele não consegue se livrar dela. Desde aquela terça não consegue parar de pensar nos seus problemas. “Acho que é isso que chamam de efeito borboleta. Tudo isso pode ter começado naquela briga ou no acidente do balanço. Eu ter sido internado em um manicômio. Ter me casado com uma puta. Não ter um bom relacionamento com meu único irmão vivo. Ter um maníaco me perseguindo. Tudo deve estar interligado com aquele maldito dia.”
Ensaia uma risada enquanto pega outro cigarro, mas a tosse o impede de rir e o faz pensar que essa ideia não é tão absurda. A pista se torna cada vez mais acidentada à medida que ele se aproxima da resposta da noite passada.

Dois cigarros depois finalmente chega ao seu destino. O velho portão está trancado e não há rastros de pneus. “Ele ainda não chegou. O convidado de honra deve chegar no melhor da festa.” Nos muros alguns folhetos colados sobre o acidente nuclear de 29 anos atrás. Tirando a ação natural do tempo, tudo parecia em ordem, como se ele apenas tivesse passado o fim de semana fora. Parecia que sua família o esperava na varanda da casa. Todos com um sorriso no rosto. Até mesmo Fred estaria sorrindo para ele. Não. Sua cicatriz estaria rindo dele.

Estaciona seu Mercury na frente da casa. Lembra-se da surra que Frank tomou por chamar o Ford Edsel do pai de “vagina dentada”. Coloca o revolver na cintura da calça enquanto sai do carro. “Apesar de tudo éramos uma boa família. Quando será que tudo começou a dar errado? Talvez seja mesmo o efeito borboleta.” Quem iria imaginar que aquela garota feliz das fotos iria encontrar o fim pelas mãos daquele que havia jurado ama-la? Ou que Will, rapaz atlético e fã de baseball, acabaria paraplégico por uma maldita guerra? Sua ultimas palavras foram “Tio Sam não cuida dos seus” enquanto sofria uma parada cardíaca na ala suja do hospital militar da cidade.

Acende outro cigarro enquanto olha para a antiga casa que se ergue imponente entre a grama morta e ervas daninhas. Acha melhor não entrar nela já que não sabe o estado dos alicerces. Olha para cima e vê as janelas amareladas pela poeira. Seu quarto ficava no ultimo andar. Fred estari8a esperando lá? Não. O lugar onde Fred o espera é mais escuro e frio. Mesmo com os braços e pernas quebrados ele o espera sorrindo. Sua cicatriz está rindo dele.

Andando sem rumo acaba encontrando o velho carvalho. Ele está seco, como todas as outras arvores, e as suas raízes aparentam estarem podres. Aquelas imagens voltam aos seus olhos como um vídeo sem fim: para frente, para trás. O grito e o som de osso quebrando ecoando no silencio da tarde. Braços e pernas dobrados em ângulos estranhos. O sangue tingindo a agua do rio. O rosto virado e os olhos fitando o pequeno Tony na beira do barrando.

Deixa o cigarro cair. “Não posso perder o controle agora.” Respira tão profundamente quanto seus pulmões permitem. Ouve passos esmagando a grama morta. Ele se vira esperando encontrar o maníaco, mas...

Usando uma camisa branca e shorts azuis aquela criança o observa com curiosidade. Seu rosto está impassível, mas uma cicatriz abaixo do olho esquerdo sorri para ele.

―Não é possível – aponta o revolver para aquela figura de um metro e vinte – Você está morto. EU MATEI VOCÊ!

―Eu sei – os lábios da criança se contorcem em um sorriso – Só estou retribuindo o favor.


―Então é isso – ele chuta o corpo agonizando barranco abaixo e apanha o revolver, ainda quente pelo uso, do chão – Você morreu fácil demais.

O corpo de Anthony Cougar jaz no pequeno córrego como uma copia da morte de seu irmão. Seu sangue se mistura com a agua radioativa.

Enquanto caminha de volta para a van ele passa em frente da velha casa. “Belo carro. Teria sido ainda mais fácil se você tivesse entrado na casa. É incrível como você nunca suspeitou da notificação falsa que eu mandei.”

Já está dentro da van. Enquanto tira o traje de contenção, acende um cigarro e ri comemorando mais um trabalho bem feito. “É lindo ver a energia nuclear fazendo o trabalho sujo por mim. Hora de destruir a vida de mais alguém.”

A van parte deixando aquela área contaminada para trás com Frank Cougar relaxando no largo banco do motorista. O sangue ainda flui pelo corte e seus olhos fitam o local onde seu carrasco esteve. Seu nome foi Frederick Cougar. Ou seria Anthony Cougar?

E assim acaba Spam Emocional. Obrigado por aturarem meus devaneios literários. Esperem por mais.
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RINIYARESU KAIO
Aqui estamos novamente. Vamos, me mostre aquele sorriso idiota de novo! Sei que você se delicia com o meu desprezo...

Vamos, me mostre o que você esconde! Me conte mais sobre sua vida deplorável. Em troca, te mostro tudo que você não quer ver. A verdade, a mentira, o ódio, o rancor. Vamos, me mostre. Tudo. Até chegar em seus ossos, no seu sangue podre, nas suas feridas.

Vamos, me mostre! Em troca, te mostro o que está na frente do espelho que você tanto admira.


Uma pequena ideia que eu tive quando estava esperando no consultório do cardiologista.
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