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Literatura Nerd

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RINIYARESU KAIO

GojiroBR wrote:

Estava escrevendo uma muralha de texto sobre a loucura, mas não era legal.
Os demais contos foram melhores que o primeiro.

Sinto que em todos os seus textos, eles terminam do mesmo jeito... isto não é nada legal.
Além do seu fetiche por esperma e pleonasmo; isto não é uma epopeia.
A história tá chegando perto do apice, mas realmente, como você disse tenho uma certa atração por tragédia.
Não esperava que isso se tornasse uma epopeia, mas talvez, invariavelmente a vida de cada um de nós seja uma epopeia esperando para ser aplaudida.
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RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #7


A chuva que cai lava a cova recém-aberta. Homens e mulheres de preto se reúnem para a ultima homenagem para Alice Taylor Cougar. Parentes, clientes da galeria e conhecidos começam a se dispersar quando as primeiras pás de terra são jogadas sobre o vistoso caixão de mogno. Agora que todos foram embora, ele observa o trabalho dos coveiros em tampar aquela ferida aberta no meio do gramado da ala sul do cemitério municipal. Ele não se importa com a chuva lavando seu rosto e seus pontos abaixo do olho.

Começa a caminhar para o estacionamento. Não há mais nada para ver. O corpo destroçado de sua mulher jaz embaixo da lama agora. A logica lhe diz que foi apenas uma fatalidade, mas ele sabe que não. “Foi esse maldito. A pericia encontrou estranhos cortes nas tubulações do óleo de freio e direção hidráulica que não pareciam ser decorrentes do impacto do carro contra a encosta.” As lagrimas saem dos seus olhos e se confundem com a chuva que cai. “Devia chamar a policia. Mas não tenho provas. Os remetentes desses malditos e-mails são meus e-mails pessoal e profissional. O hacker que eu paguei não conseguiu descobrir o IP do cretino. Sei que a policia me considera suspeito. O que tiver que fazer, vou ter que fazer sozinho.”

Se estivesse calmo pensaria de outra forma. Mas a logica não é mais importante. Isso é uma guerra. E guerras são criadas e ganhas pela loucura.
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RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #8


A chuva ainda cai enquanto ele chora copiosamente em um canto da sua sala à prova de som. Não há problemas em um homem perder as esperanças e desabar, desde que ninguém esteja vendo. A única pessoa que o lembrava de que fora daquele jogo doentio havia um mundo feliz, agora estava morta. Destroçada, sua esposa o havia deixado sozinho. Não. Aonde quer que esteja o maníaco estava o observando, pronto para o próximo movimento nesse tabuleiro torto e gastos onde as peças estavam espalhadas.

Se senta na sua velha poltrona e começa o ritual de beber e fumar novamente. Teria que esperar o próximo movimento do seu oponente se quisesse realmente acabar com isso. Enquanto acende um cigarro seu notebook, em cima da mesa de centro, emite um bip. Havia recebido um e-mail. Alias dois.

O fato de seu próprio e-mail pessoal ser o remetente não o incomodava mais. Ficou surpreso por estar olhando para um possível final dos acontecimentos que começaram naquela manhã chuvosa de terça. Que tal irmos brincar no meu balanço favorito dia 25? Aquela pergunta infantil significava que em três dias tudo poderia acabar. “Finalmente esse merda vai sair do buraco sujo onde se esconde e me falar o seu preço. Em três dias vou voltar a ter uma vida normal de novo.”

Passa os olhos pelo titulo do segundo e-mail enquanto toma um gole de uísque e acende outro cigarro. Você choraria por alguém capaz de fazer isso? Tragando e soltando a fumaça de maneira preguiçosa ele pensa no significado daquela frase. “Aposto que ele espera que eu fique surpreso com isso. Devem ser fotos da época que Alice era uma prostituta. Isso poderia ser um choque para os nossos amigos, mas me casei sabendo da antiga vida dela. Mas realmente estou curioso para saber como ele as conseguiu.”

Um bocejo cortado pela tosse o faz perceber que está com sono. Aperta o botão para desligar o notebook, mas nada acontece. A seta do mouse começa a se mexer. “Tomou o controle do meu notebook. Pois bem, me mostre logo o que você quer.” Com um clique o segundo e-mail é aberto. Ao invés das fotos da sua mulher há apenas um arquivo anexado. Um vídeo de cinco minutos.

Depois de alguns segundos de estática era possível ver um homem entrando no foco da câmera, como se tivesse acabado de liga-la. De repente, provavelmente colocada na edição do vídeo, começa a tocar Police Truck do Dead Kennedys. O homem para no meio da sala, olha para a direita e volta para a câmera. É possível vê-lo mudando a direção da câmera. O novo foco da câmera mostra alguns cavaletes, uma porta branca aberta para um quarto escuro e grandes janelas com vista para um jardim. “É o estúdio da Alice.” Mais alguns segundos de estática e o verdadeiro show começa. Embalados pela voz de Jello Biafra, sua mulher e um homem estão entrelaçados numa apresentação doentia de bondage. Tony já praticara bondage com sua mulher algumas vezes, mas sempre teve medo de machuca-la de verdade. Mas lá estavam, imortalizadas em uma câmera, as imagens de sua mulher se derretendo em orgasmos enquanto apanhava de um desconhecido. A musica termina e começa novamente.

“Uma puta...”

Os gemidos aumentam à medida que aquele homem explora aquele corpo esbelto e branco que Tony achou pertencer a ele.

“Ela era uma puta quando nos conhecemos...”

Os gemidos são encobertos pela musica.

“... ela não podia ter filhos por causa de um aborto mal feito. Eu a amava. Eu fiz de tudo para ela ter uma vida normal...”

Seus longos cabelos loiros sobre a mesa fria no centro do estúdio. O homem esbarra em um dos cavaletes derrubando tinta pelo chão.

“... e ainda assim ela era uma puta suja!”

Agora acabou. Os gemidos da mulher e os acordes finais da musica se tornam agudos e destorcidos. O mesmo som é repetido cinco vezes.

O grito. O som de osso quebrando.

Seu grito ecoa nas paredes brancas do aposento. Aos seus pés, os destroços do notebook. A musica parou, mas continua ecoando em seus ouvidos. O grito e o som de osso quebrando.
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RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #9


Já passa da meia-noite. Só faltam dois dias para o inicio do resto de sua vida. Ele não pode contar com ninguém. Seus pais estão mortos e devido a discussões sobre a administração da firma não tem um relacionamento amigável com o ultimo dos seus irmãos. Aquela com a qual havia passado os últimos anos de sua vida estava sendo comida por vermes agora. “Até imagino o motivo do atraso na galeria. Se a policia examinasse sua virilha destruída aposto que achariam esperma de algum cliente ou ajudante. No final ela não passava de uma puta que encontrei durante uma viagem. Isso não importa mais.”

Ela o traiu. O conselho administrativo o traiu. Seu irmão adoraria vê-lo se perder no seu próprio desespero. Todos lhe deram as costas. Ele não pode culpa-los. Se pudesse também daria as costas para aquela figura decadente encolhida junto dos destroços de um notebook.

Gostaria de desistir de tudo, mas alguma coisa o impede. Entre uma serie de pensamentos acaba se lembrando d’O Iluminado. Já dominado pela loucura, Jack Torrance repete varias vezes coisas como “Venha e tome seu remédio como homem, seu cretino” e “Juro por tudo que vou fazer esse merdinha tomar o seu remédio” enquanto seu taco de roque assobiava pelos corredores escuros no meio das montanhas.

“Eles me traíram. Ele está brincando comigo. Que tipo de homem eu seria se não me vingasse?”

Se levanta e vai até um dos armários perto da televisão.

“Não tenho um bastão de roque, mas também tenho um jeito de obriga-lo a tomar seu remédio.”

Pega seu velho revolver Winchester e analisa sua empunhadura.

“Afinal que tipo de homem eu seria se não pagasse na mesma moeda?”

Já se fez essa pergunta a muitos anos. Talvez encontre finalmente a resposta.

“A matriarca Winchester era atormentada pelos espíritos das pessoas mortas por suas armas e mandou construir uma mansão com portas e escadas falsas, quartos invertidos e outras armadilhas para afugentar os fantasmas. Não preciso me preocupar com os mortos, no momento meu problema é um cretino que, tenho certeza, está vivo.”

Mira no aparelho de som e atira. O som grave ecoa pelas paredes. A casa permanece em silencio.

“Pelo menos por enquanto.”
Arcmera

RINIYARESU KAIO wrote:

“Não tenho um bastão de roque, mas também tenho um jeito de obriga-lo a tomar seu remédio.”
Essa frase fez meu dia.
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RINIYARESU KAIO
Spam Emocional #10


Os quatro faróis rasgam a noite e o motor urra quebrando o silencio enquanto os largos pneus esmagam as folhas espalhadas pelo asfalto negro. Em sua boca o terceiro cigarro do dia e no porta-luvas seu revolver esperando para ser usado. “Quero chegar cedo para poder fazer uma grande recepção para ele.”

A pista de mão única é ladeada por arvores secas pela aproximação do inverno. “Quando tudo acabar vou passar uma temporada na Florida. Foda-se a empresa. De qualquer jeito continuo dono dela. Não preciso mais trabalhar. De agora em diante vou levar uma vida de rico esnobe.”

Os pensamentos sobre o futuro e a musica saindo dos alto falantes não conseguem afastar de sua cabeça uma ideia que o incomodava. É uma ideia idiota, mas ainda assim ele não consegue se livrar dela. Desde aquela terça não consegue parar de pensar nos seus problemas. “Acho que é isso que chamam de efeito borboleta. Tudo isso pode ter começado naquela briga ou no acidente do balanço. Eu ter sido internado em um manicômio. Ter me casado com uma puta. Não ter um bom relacionamento com meu único irmão vivo. Ter um maníaco me perseguindo. Tudo deve estar interligado com aquele maldito dia.”
Ensaia uma risada enquanto pega outro cigarro, mas a tosse o impede de rir e o faz pensar que essa ideia não é tão absurda. A pista se torna cada vez mais acidentada à medida que ele se aproxima da resposta da noite passada.

Dois cigarros depois finalmente chega ao seu destino. O velho portão está trancado e não há rastros de pneus. “Ele ainda não chegou. O convidado de honra deve chegar no melhor da festa.” Nos muros alguns folhetos colados sobre o acidente nuclear de 29 anos atrás. Tirando a ação natural do tempo, tudo parecia em ordem, como se ele apenas tivesse passado o fim de semana fora. Parecia que sua família o esperava na varanda da casa. Todos com um sorriso no rosto. Até mesmo Fred estaria sorrindo para ele. Não. Sua cicatriz estaria rindo dele.

Estaciona seu Mercury na frente da casa. Lembra-se da surra que Frank tomou por chamar o Ford Edsel do pai de “vagina dentada”. Coloca o revolver na cintura da calça enquanto sai do carro. “Apesar de tudo éramos uma boa família. Quando será que tudo começou a dar errado? Talvez seja mesmo o efeito borboleta.” Quem iria imaginar que aquela garota feliz das fotos iria encontrar o fim pelas mãos daquele que havia jurado ama-la? Ou que Will, rapaz atlético e fã de baseball, acabaria paraplégico por uma maldita guerra? Sua ultimas palavras foram “Tio Sam não cuida dos seus” enquanto sofria uma parada cardíaca na ala suja do hospital militar da cidade.

Acende outro cigarro enquanto olha para a antiga casa que se ergue imponente entre a grama morta e ervas daninhas. Acha melhor não entrar nela já que não sabe o estado dos alicerces. Olha para cima e vê as janelas amareladas pela poeira. Seu quarto ficava no ultimo andar. Fred estari8a esperando lá? Não. O lugar onde Fred o espera é mais escuro e frio. Mesmo com os braços e pernas quebrados ele o espera sorrindo. Sua cicatriz está rindo dele.

Andando sem rumo acaba encontrando o velho carvalho. Ele está seco, como todas as outras arvores, e as suas raízes aparentam estarem podres. Aquelas imagens voltam aos seus olhos como um vídeo sem fim: para frente, para trás. O grito e o som de osso quebrando ecoando no silencio da tarde. Braços e pernas dobrados em ângulos estranhos. O sangue tingindo a agua do rio. O rosto virado e os olhos fitando o pequeno Tony na beira do barrando.

Deixa o cigarro cair. “Não posso perder o controle agora.” Respira tão profundamente quanto seus pulmões permitem. Ouve passos esmagando a grama morta. Ele se vira esperando encontrar o maníaco, mas...

Usando uma camisa branca e shorts azuis aquela criança o observa com curiosidade. Seu rosto está impassível, mas uma cicatriz abaixo do olho esquerdo sorri para ele.

―Não é possível – aponta o revolver para aquela figura de um metro e vinte – Você está morto. EU MATEI VOCÊ!

―Eu sei – os lábios da criança se contorcem em um sorriso – Só estou retribuindo o favor.


―Então é isso – ele chuta o corpo agonizando barranco abaixo e apanha o revolver, ainda quente pelo uso, do chão – Você morreu fácil demais.

O corpo de Anthony Cougar jaz no pequeno córrego como uma copia da morte de seu irmão. Seu sangue se mistura com a agua radioativa.

Enquanto caminha de volta para a van ele passa em frente da velha casa. “Belo carro. Teria sido ainda mais fácil se você tivesse entrado na casa. É incrível como você nunca suspeitou da notificação falsa que eu mandei.”

Já está dentro da van. Enquanto tira o traje de contenção, acende um cigarro e ri comemorando mais um trabalho bem feito. “É lindo ver a energia nuclear fazendo o trabalho sujo por mim. Hora de destruir a vida de mais alguém.”

A van parte deixando aquela área contaminada para trás com Frank Cougar relaxando no largo banco do motorista. O sangue ainda flui pelo corte e seus olhos fitam o local onde seu carrasco esteve. Seu nome foi Frederick Cougar. Ou seria Anthony Cougar?

E assim acaba Spam Emocional. Obrigado por aturarem meus devaneios literários. Esperem por mais.
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RINIYARESU KAIO
Aqui estamos novamente. Vamos, me mostre aquele sorriso idiota de novo! Sei que você se delicia com o meu desprezo...

Vamos, me mostre o que você esconde! Me conte mais sobre sua vida deplorável. Em troca, te mostro tudo que você não quer ver. A verdade, a mentira, o ódio, o rancor. Vamos, me mostre. Tudo. Até chegar em seus ossos, no seu sangue podre, nas suas feridas.

Vamos, me mostre! Em troca, te mostro o que está na frente do espelho que você tanto admira.


Uma pequena ideia que eu tive quando estava esperando no consultório do cardiologista.
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RINIYARESU KAIO
Algumas ideias ainda não trabalhadas ou não finalizadas:
Liberdade Assistida: atentados nucleares na Casa Branca e no Vaticano destroem os principais centros de poder do mundo moderno. De acordo com Denis Diberot, tal situação acarretaria na total liberdade dos homens. Mas nós realmente queremos essa liberdade? Os humanos estão dispostos a arcar com as consequências de sermos livres?

Corrupção divina: em um futuro, proximo ou não, as antigas naçoes encontraram seu fim durante a guerra nuclear. A ultima arma do ocidente, uma unidade organica capaz de interagir com elementos naturais se rebelou contra seus criadores e recriou o mundo a sua maneira. Um mundo se paz e luz mantido pelo derramamento de sangue dos inocentes.

Blood Stripes: é tipo uma mistura de Christine e Velozes e Mortais. Um piloto de teste entra em surto psicótico apos atropelar um cachorro como um Dodge Dart que pertenceu a um assassino.

Passado ao Vivo (ou Past Live): No futuro o reality show mais assistido é o Past Live, onde os participantes são confrontados por suas lembranças passadas graças a uma tecnologia antes usada pela policia para desvendar crimes. Tudo vai bem até um assassino (ou grupo terrorista, ainda não decidi) começam a invadir as projeções do passado criando rupturas no espaço-tempo.

Síndrome de Jonas (para saber mais procure no google síndrome de jonas ou Mary tifo): antes um pouco de fatos: síndrome de Jonas é o nome dado a situação onde uma pessoa passa a ser o epicentro de uma serie de infortunios, porem a pessoa em questão não é afetada. A história: Old Valley tem um histórico de revoluções separatistas contra o estado de Fearlandy. Para bar um basta nisso, o governo de Fearlandy decide usar o filho do prefeito de Old Valley, que está fazendo um tratamento contra tuberculose na capital. O garoto é alvo de uma antiga praga indígena que causara a destruição de todos ao seu alcance.

Paranoia.com: um assassino da Deep Web comete seus crimes baseados em histórias escritas por um garoto com Síndrome de Asperger. O que você faria se todos seus problemas pudessem ser resolvidos com apenas algumas palavras?

Panico em três atos: uma nação latino-americana é usada como campo de prova pela Alemanha nazista para a criação de super soldados.

E essa é toda a verdade: a história de um escritor que não consegue publicar seu novo livro por que todos se interessam a penas por romances idiotas com vampiros homossexuais. (acho que essa não vai ser de terror)

Como o sangue escorre: a história que o escritor tá tentando publicar sobre um surto psicótico sofrido por uma família tida como perfeita.

E foi assim... (nome provisório): ainda não pensei muito nela, vai ser sobre teorias conspiratórias durantes desastres famosos, como Segunda Guerra e Chernobyl (acho q escrevi errado kkk) essa vai precisar de muita pesquisa.
Arcmera
Grandes ideias imo.

Você parece ter uma coisa com coisas nucleares e 2ª Guerra... Ou criou histórias diferentes depois que alguém (ou você mesmo) jogou esses temas pra você.

RINIYARESU KAIO wrote:

E essa é toda a verdade: a história de um escritor que não consegue publicar seu novo livro por que todos se interessam a penas por romances idiotas com vampiros homossexuais. (acho que essa não vai ser de terror)
DAT INDIRETA
Bawler
RIP Romantismo, Realismo e Parnasianismo

Nunca... Nunca vão conseguir resgatar os valores dessas magníficas escolas, por mais que tentem.

Kaio, já escreveu algum romance com terror bem exacerbado? Acho que faz seu tipo.
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RINIYARESU KAIO

MarcusTH wrote:

Grandes ideias imo.

Você parece ter uma coisa com coisas nucleares e 2ª Guerra... Ou criou histórias diferentes depois que alguém (ou você mesmo) jogou esses temas pra você.

RINIYARESU KAIO wrote:

E essa é toda a verdade: a história de um escritor que não consegue publicar seu novo livro por que todos se interessam a penas por romances idiotas com vampiros homossexuais. (acho que essa não vai ser de terror)
DAT INDIRETA
Tive a ideia quando li uma reportagem sobre uma viagem feita pela Land Rover para Chernobyl. Alem de interesses normais de otakus tb tenho certo interesse em história, principalmente os conflitos. Ao contrário da maioria dos escritores penso no inicio e no fim da história primeiro, depois penso no meio.
Pode-se dizer que E essa é toda a verdade e Paranoia.com são baseadas de certa forma em minha pessoa.
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RINIYARESU KAIO

Bawler wrote:

RIP Romantismo, Realismo e Parnasianismo

Nunca... Nunca vão conseguir resgatar os valores dessas magníficas escolas, por mais que tentem.

Kaio, já escreveu algum romance com terror bem exacerbado? Acho que faz seu tipo.
Em relação aos movimentos literários: como todo estudante li a respeito deles e entrei em contato com textos interessantes, como o Alto da Barca do Inferno. Sempre gostei de ler mas nunca gostei que me obrigassem a ler. Os romances que comumente são lidos no ensino médio têm histórias interessantes mas a linguagem rebuscada usada pelo autores acaba desviando a atenção da história propriamente dita. Ex: n'O Cortiço, três paginas são usadas para descrever a primeira menstruação da menina. Depois do fim da escola voltei a ler os romances que havia me interessado de verdade, com calma e sem me preocupar com resumos e provas.

Em relação a pergunta: você quer dizer um terror realmente punk? Bem carregado, né? Ainda não tenho certeza, mas acho que Paranoia.com e Como o sangue escorre são ser mais mais ou menos assim. Apesar de gostar de filmes de terror, nunca liguei muito pros Boo-movies então acho que minhas história dificilmente serão uma simples fonte de sangue jorrando pelas paginas.
OBS: Boo-movies são os filmes onde a mina tá andando em um corredor escuro, começa a tocar uma musica sinistra e quando ela vira pra trás, o assassino arranca as tripas delas com uma faca ou foice. Simples assim, goste de coisas mais elaboradas.
GojiroBR

Bawler wrote:

RIP Romantismo, Realismo e Parnasianismo
Nunca... Nunca vão conseguir resgatar os valores dessas magníficas escolas, por mais que tentem.
A década de 1850 é única... em todos os sentidos possíveis.

RINIYARESU KAIO wrote:

... Alem de interesses normais de otakus tb tenho certo interesse em história, principalmente os conflitos...
Não sou muito chegado em "literatura", talvez a única que me agradou seja El Aleph; detesto terror e coisas mais comuns do mesmo tipo...
Porém sou um amante de textos que apresentam fatos históricos, conflitos, teólogos, sagrados, épicos, determinadas estórias, científicos e até mesmo alquímicos como os de GH em Neipian passando de Kyrie de Kiev.
Além de biografias de algumas pessoas notáveis.

Se tiver alguma obra que você conheça e goste que se encaixe nesses temas ou até mesmo fora dos meus gostos... poderia me recomendar?
É sempre bom abrir as portas para novos textos e estilos.
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RINIYARESU KAIO
Ladies and gentlemen com vocês a introdução de Síndrome de Jonas


Ali, entre arranha-céus e cartazes de neon, havia um velho índio contando uma historia a ninguém em particular com um chapéu surrado com alguns dólares dentro a sua frente. Dólares atirados pelas pessoas que sentiam um misto de pena e nojo daquela figura decrepita, com colar de ossos e um olhar enrugado que fitava o vazio. Apenas um garoto parecia prestar atenção nas palavras que foram passadas durante gerações e que morreriam em uma esquina qualquer junto com o velho pele vermelha.

“Houve um pistoleiro que era famoso por nunca ter sido atingido por um único tiro. Conforme aumentavam os corpos que caiam perante seus pés, a Morte passou a acompanha-lo apenas esperando o momento que seu sangue lavaria essa terra árida. Mas o pistoleiro sempre estava dois passos a frente da Morte. Conforme o vapor e o cheiro do sangue e da pólvora se misturavam, suas armas assobiavam enquanto balas transpassavam todos que ficassem a sua frente e a Morte o seguia ceifando a vida daqueles que o pistoleiro mais prezava. Ao se virar, a visão das carcaças, de amigos e inimigos, jogadas pelo chão pelos seus atos o fez parar por um momento. Finalmente a Morte o alcançou. Olhos vermelhos como o sangue que impregnava suas roupas o fitavam. ‘Com a minha ajuda você tirou de mim todos aqueles que eram importantes para mim. Não tenho medo de você. O que de pior você pode fazer?’ A Morte, com sua voz gélida e cortante, sussurrou em seu ouvido ‘Impedir que você se encontre com eles’ e continuou andando. Dizem que ele ainda continua vagando a procura da Morte, repetindo para si mesmo ‘Ela vai estar logo adiante’, mas ela nunca está. O pistoleiro não existe mais, só resta seu corpo vazio e podre ainda a procura do descanso que céu e inferno negaram a ele. Ele ainda espera o dia que finalmente seu sangue ira jorrar pelas varias feridas de seu corpo e alma e que encontrará a Morte mais uma vez.”

O índio está sozinho. O garoto já fugiu com o dinheiro do chapéu há muito tempo.
Bawler

RINIYARESU KAIO wrote:

Em relação a pergunta: você quer dizer um terror realmente punk? Bem carregado, né? Ainda não tenho certeza, mas acho que Paranoia.com e Como o sangue escorre são ser mais mais ou menos assim. Apesar de gostar de filmes de terror, nunca liguei muito pros Boo-movies então acho que minhas história dificilmente serão uma simples fonte de sangue jorrando pelas paginas.
OBS: Boo-movies são os filmes onde a mina tá andando em um corredor escuro, começa a tocar uma musica sinistra e quando ela vira pra trás, o assassino arranca as tripas delas com uma faca ou foice. Simples assim, goste de coisas mais elaboradas.
Falo do terror emocional; das dúvidas que aterrorisam o romance.

Terror simples é chato de mais, apesar de eu já ter gostado e ainda gostar de alguns filmes assim.

Pesquisei sobre essa síndrome de Jonas, acho que tenho isso. hue
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RINIYARESU KAIO

Bawler wrote:

RINIYARESU KAIO wrote:

Em relação a pergunta: você quer dizer um terror realmente punk? Bem carregado, né? Ainda não tenho certeza, mas acho que Paranoia.com e Como o sangue escorre são ser mais mais ou menos assim. Apesar de gostar de filmes de terror, nunca liguei muito pros Boo-movies então acho que minhas história dificilmente serão uma simples fonte de sangue jorrando pelas paginas.
OBS: Boo-movies são os filmes onde a mina tá andando em um corredor escuro, começa a tocar uma musica sinistra e quando ela vira pra trás, o assassino arranca as tripas delas com uma faca ou foice. Simples assim, goste de coisas mais elaboradas.
Falo do terror emocional; das dúvidas que aterrorisam o romance.

Terror simples é chato de mais, apesar de eu já ter gostado e ainda gostar de alguns filmes assim.

Pesquisei sobre essa síndrome de Jonas, acho que tenho isso. hue
Não propriamente terror emocional, mas eu tento focar mais no terror psicologico
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RINIYARESU KAIO
Uma musica que escrevi durante a minha tentativa frustrada de montar uma banda com um amigo meu do Senai. O nome da banda seria Losers to wins.

Ladies and gentlemens, com vocês Aborto de unicornio


A Branca de neve já dormiu com os sete anões
A Cinderela foi presa com um quilo de maconha
Até a Barbie já pediu o divorcio
Porque descobriu que o Ken morde fronha.

Eu vou destruir tudo em que você imagina
O lado bonito é apenas o lado visível
Por baixo de toda essa pinta e arrogância
Todo mundo é maluco e obsceno
Até seu pai e as crianças.

A princesa não esta em outro castelo
Ela só não quer te ver
Papai Noel é só a versão gorda do Michael Jackson
Nem sempre o príncipe é muito encantado
Hoje o final não vai ser feliz.

Os contos de fadas já não são mais os mesmos
Eles estão cansados de bancar os mocinhos
Os príncipes estão gordos e só querem transar
As princesas já pararam de menstruar.

Casamento de famosos
A imprensa ta em cima
Tudo muito lindo, digno de rei e rainha
Mas o que ninguém sabe, pelo menos até agora
Que ele é gay
E ela é ele.

Porco – espinho magrelo
Metido a fazer a fazer zueira
Até q o gordo fica puto, levanta e diz:
“Mais respeito que eu sou teu pai.”
Não!!!!!!!!!!!!!!!!
“Mais respeito que eu sou teu pai!”
DJ Angel
A princesa não esta em outro castelo
Ela só não quer te ver
cara, forever alone
Arcmera
Eu quero isso em audio.
RageTH

MarcusTH wrote:

Eu quero isso em audio.
Eu dublo.
DJ Angel

RageTH wrote:

MarcusTH wrote:

Eu quero isso em audio.
Eu dublo.
ahahahaha
não
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RINIYARESU KAIO

DJ Angel wrote:

A princesa não esta em outro castelo
Ela só não quer te ver
cara, forever alone
Se o forever alone foi pra mim devo dizer que você não precisa dizer o obvio kkkkkkkkkk
Se foi pro Mario, discordo. Até que a vida dele é interessante mesmo ele sendo só um encanador.
O problema é que a princesa não quer agradece-lo da maneira correta... kkkkkkkk
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RINIYARESU KAIO
Eu chamei esse pequeno texto de:
Trecho de alguma coisa

Aqui estamos novamente. Vamos, me mostre aquele sorriso idiota de novo! Sei que você se delicia com o meu desprezo...
Vamos, me mostre o que você esconde! Me conte mais sobre sua vida deplorável. Em troca, te mostro tudo que você não quer ver. A verdade, a mentira, o ódio, o rancor. Vamos, me mostre. Tudo. Até chegar em seus ossos, no seu sangue podre, nas suas feridas.
Vamos, me mostre! Em troca, te mostro o que está na frente do espelho que você tanto admira.

Tive essa ideia quando estava esperando no consultorio do cardiologista e vi no meu mp4 a capa do disco do Seether, Finding beauty in negative spaces
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RINIYARESU KAIO
Um poema que escrevi pra um trabalho do Ensino Médio. Sim, faz um bom tempo q eu sai daquela merda e, francamente, não tenho motivos para falar bem do ensino médio. Minha vida escolar em geral foi uma bosta.

Sozinho
Sozinho de novo,
Mesmo quando tem tanta gente por perto
Cercado por rostos frios
Frases já decoradas pela rotina
Olá!
Bom dia!
Cada um fechado em si mesmo
Buscando a auto-suficiência
Em um mundo onde emoções
São meros defeitos
Um mundo onde sociedade
É um mero capricho

Aqui só importa o eu
Um mundo onde cada sombra
Cada sorriso frio
Cada sonho esquecido
Cada um
Já estiveram juntos
Unidos por um fraco elo
Que se partiu quando
O homem se descobriu.

Sozinho.

Sei q não ficou grande coisa. No geral, todas as minhas redaçoes escolares são deploraveis, menos as com temas livres.
Hamuko
Nossa, você está vivo. Quantos "Vamos, me mostre!".
DJ Angel
forever alone
Topic Starter
RINIYARESU KAIO

Hamuko wrote:

Nossa, você está vivo. Quantos "Vamos, me mostre!".
Ainda estou respirando pelo menos kkkkkkkkkk
Foi mal não tinha reparado q já tinha postado esse texto.
Topic Starter
RINIYARESU KAIO
Eustáquio e Muriel levam uma vida normal como fazendeiros em uma pequena comunidade chamada Lugar Nenhum. Mas muriel não sabe que as dividas se acumulam cada vez mais. Na esperança de receber o dinheiro do seguro para pagar algumas dividas, Eustáuio atea fogo na fazenda. Mas a seguradora descobre e não paga nada. O seu velho coração não suporta tanto stress e para de vez. Após o enterro, Muriel sofre um acidente e entre em coma, penetrando cada vez mais fundo na insanidade. A unica ponte entre sua conciencia e a escuridão crescente é um pequeno cachorro rosa que tenta salva-la de seus proprios medos.
"Todos criamos nossos proprios monstros, mas nem sempre somos capazes de combate-los sozinhos."

Uma ideia que eu tive quando tava pensando em um desenho antigo (nem preciso dizer qual é né?). Acho que ela rende uma história pequena e, tava falando com um amigo meu, talvez até mesmo um hq. O que acham?
[Luanny]
vish e voltou com tudo
e eu sempre achei q nome dele fosse Eustácio
edit: interessante hm
Arcmera
Isso serviria como uma daquelas teorias conspiratórias dos desenhos, do tipo "O que há realmente por trás da história do desenho."

EDIT: Ah sim, ficou legal. Gosto da sua imaginação man
Hamuko
Mas não é Eustácio? Eustáquio é nome da minha rua.
[Luanny]
loooooooool
pra mim sempre foi eustácio mesmo
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RINIYARESU KAIO
Pra mim tb sempre foi Eustácio. Foi esse meu amigo q falo q era Eustaquio. Pensando acho q ele está enganado. Alguem ai tem outras ideias parecidas para outros desenhos? Não vale creepypastas conhecidas.
[Luanny]
Cara, se você começar a fazer isso com desenhos te amarei pra sempre
amo coisas assim

que tal hora de aventura ou meninas super poderosas?
DJ Angel

[Luanny PhNyx] wrote:

Cara, se você começar a fazer isso com desenhos te amarei pra sempre
amo coisas assim

que tal hora de aventura ou meninas super poderosas?
nem vem meninas super poderosas é legal af vsf
[Luanny]
so hatr :<
Dragvon
Cachorro idiota.
Topic Starter
RINIYARESU KAIO
Ainda não consegui terminar minha versão das Meninas superpoderosas, mas já aviso que ela vai envolver entrigas governamentais, Lei de Murphy e uso ilegal de genetica humana e tecnologia alienigena. kkkk

Esse é um texto q eu escrevi durante a fase depre q eu entrei depois de ficar quase dois meses no hospital.
A crise
Para frente. Para trás. Balançando sem ritmo como o pendulo de um relógio que ninguém se preocupa em arrumar. Os rangidos da cadeira chegam aos seus ouvidos como sons vindos de muito longe. Ele se vira e vê um reflexo refletido na televisão. De quem será aquele rosto refletido no vidro negro da televisão? Ele olha os posters nas paredes e as miniaturas na prateleira, mas elas não lhe respondem a pergunta que há muito tempo foi esquecida, mas que retorna nos tempos de solidão e angustia para atormentar sua mente.

Quem sou eu?

Tudo nesse quarto mostra apenas uma existência vazia. A sociedade lhe diz como viver. Dia após dia. Hora após hora. Todo seu ímpeto foi tomado pelos sorrisos idiotas que estão gravados nas fotos como momentos felizes. Essas fotos mostram a mesma coisa: mentiras. Mentiras para os outros. Mentiras para si mesmo. Ele sabia a resposta, mas a sociedade o tornou um ser perfeito com uma mascara sobre seu rosto deformado e torto com o qual nasceu.

Quem sou eu?

Seres perfeitos não precisam de perguntas. As respostas são dadas pelo bem coletivo. Seres perfeitos não almejam nada, a vida se torna apenas algo pelo qual devemos passar até a nossa morte.

Ele não quer isso. Pela primeira vez em anos ele sente dor. Na sua mão a mascará, formosamente criada para ele, balança fracamente e cai no chão se quebrando. Ele pode ver seu rosto finalmente, o vidro negro de TV agora reflete aquilo que tanto lutaram para esconder ao invés de um rosto vazio.
Mas isso não responde a sua pergunta. O que está por trás daquele ser imperfeito que por tanto tempo foi toscamente disfarçado em algo que ele não queria. Quem é ele? Isso não muda o fato de sua existência ser vazia. Seus olhos são inexpressivos, frios como a mascara que os escondia. Ele aprendeu como ser perfeito.

Ele esqueceu como ser ele mesmo.

As notas na escola. As fotos com amigos e familiares. Todos os feitos. Todas as conquistas. Em tudo a mascara está presente, sorrindo, chorando, dando o seu melhor. Nada disso foi feito por ele. Quando sua vontade foi substituída por essa mascara? Ontem? Há 10 anos? Para ele não há nada que comprove que ele está ou esteve realmente vivo. Talvez sem a mascara tudo que reste seja uma morte simples e fria. Talvez ele não seja nada sem aquilo que foi dado para ele.

Quem sou eu?

Ele ainda não sabe a resposta. Muitas outras perguntas ainda o atormentam. Ele pensa que seria mais fácil colocar a mascara novamente e continuar vivendo naquele mundo, seja ele real ou não. Mas isso não é possível. Os cacos da mascara jazem no chão do seu quarto, junto com algumas lágrimas e gotas de sangue derramadas sem motivo algum.

Como em seu quarto, nas ruas ele continua balançando fora do ritmo. Fora dos padrões impostos. Fora do balanço das mascaras frias ao seu redor. Ele é como o relógio que ninguém se preocupa em concertar. Suas batidas destoam do ritmo. Destoam do mundo perfeito do qual ele escapou. Suas batidas são como um protesto ao som ritmado e angustiante da rotina. Talvez ele fosse mais feliz sem ter que se preocupar com o que fazer. Talvez a vida fosse mais simples. Talvez fosse mais simples ser manipulado e tragado pela rotina tão bela e perfeita que haviam feito par ele. Não há como saber. Os cacos da mascara em um canto do quarto mostram a sua escolha.

Todos os dias, antes de sair, ele se olha no espelho. Afinal agora há alguma coisa para olhar não apenas uma mascara imutável. Ele sorri ao perceber que não gosta do que vê. Talvez um dia comece a gostar. Talvez um dia se acostume com seu real rosto.

Ou talvez apenas desista e continua a viver uma vida tão vazia quanto a vida que a mascara lhe impunha.

Afinal agora ele tem escolhas. Essas escolhas próprias o afastam cada vez mais do mundo calmo e sereno das mascaras. Ele não sabe até onde suas escolhas o levaram. Talvez o levem até a resposta.

Quem sou eu?
Topic Starter
RINIYARESU KAIO
Mais um texto (prometo q é o ultimo kkkkk) escrito na minha fase depre.

A Busca
“Desculpe, sua busca não gerou nenhum resultado. Você pode melhorar sua busca alterando seus parâmetros e ...”

O que ele estava fazendo? Parado na penumbra a única luz no quarto vinha do monitor onde aquelas palavras o fitavam como testemunhas do seu fracasso.

“...sua busca não gerou resultados...”

O que ele está procurando? Por que ele não pode simplesmente aceitar as antigas respostas e continuar como se isso não fosse nada?

Ninguém disse o quão triste é fazer uma pesquisa por seu próprio nome. Mas ele precisava saber. Precisava de algo que dissesse o que ele é. Algo que provasse que ele está vivo por ele mesmo. Ele sempre seguiu as regras impostas por todos aqueles que queriam seu melhor, que como falcões dilaceravam sua carne e alma deixando os restos podres pelo chão e levando embora seu melhor.

Não mais. Até agora sua existência havia sido manipulada de varias formas. Isso o tornava apenas um cachorro que havia aprendido alguns truques. As palavras negras na tela esfregavam a verdade na sua cara. “... não gerou resultados...” aquelas palavras simples e escritas de maneira fria e automática na tela refletiam em seus olhos. Penetravam em sua alma.

Estava cansado de elogios frios. Estava cansado de ser tratado como o cachorro que recebe um doce por obedecer seu dono. “Você é um bom aluno”. “Você é um bom filho”. Ele realmente merece essas palavras? Ele realmente da algum valor para elas? Elas realmente valem alguma coisa? Essas palavras sempre chegaram aos seus ouvidos como sons vindos de muito longe, frios e sem qualquer valor. Agora no silencio do seu quarto aquelas palavras no monitor o desafiam.

“... não gerou nenhum resultado...”

Ele vai mudar. Ele sabe que, do mesmo modo que o cachorro que não mais obedece seus donos é jogado fora como lixo, ele também será jogado fora por todos. As palavras frias serão para outros agora. Ele não precisa mais delas.

Agora ele pode mudar aquelas palavras. As palavras na tela talvez fiquem lá para sempre, não importando o que ele faça. Talvez ninguém fale com ele de modo sincero. Mas agora ele está vivo e pode fazer as coisas por ele mesmo.

É isso que importa.

O futuro está a frente
E se, no final de tudo não houver nada? Se o vazio preencher tudo? Cada pedaço. Cada canto. Preencher onde havia ódio, rancor, nojo, raiva. Cada beco. Cada esquina.

Um mundo branco onde as únicas cores serão dos meus pedaços pelo chão. Pedaços que nunca me preocupei em pegar. Meus sonhos, minhas vontades, meu eu. Jogados pelo chão com violência enquanto caminhava rumo ao que achei que fosse o futuro. Futuro antes cheio de cores e forma foi ficando branco e disforme enquanto ia deixando pedaços de mim mesmo pelo caminho.

Siga em frente. As mesmas mãos que indicam o caminho me mantêm preso a algo que não entendo. A necessidade de mudar. O desejo intimo de tudo permanecer como está. Talvez eu tenha crescido rápido demais. Se ao menos tivesse olhado para os lados poderia ver o que estava perdendo. Siga em frente, era o que as mãos diziam. Se ao menos tivesse olhado para trás, talvez a visão de mim mesmo perdido pelo caminho me fizesse mudar de ideia.

Enquanto os outros perdiam tempo com bobagens eu continuava em frente. Não me abalava por sorrisos falsos e pessoas fúteis. Sempre em frente, tinha algo importante para fazer. Agora não lembro mais. Sinto como se tivesse perdido algo importante.

Agora estou aqui. Isso não se parece com o futuro cheio de cor de antes. O cheiro podre e o vazio que sinto mostram que não sou mais o mesmo. Eu construí o meu futuro. O meu futuro me destruiu.
Hamuko
Cara, coloca tudo em um post só.
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